Joaquim Fischer, Quim do Grupo ou Quinzinho

Joaquim Fischer aos 22, 72 e 92 anos

Joaquim de Souza Fischer, filho do casal Dorvalina Fischer e Joaquim de Souza de Godoy Sobrinho, nasceu em Lindóia, São Paulo, em 18 de agosto de 1928. Neto de Henrique Fischer e Zulmira Evangelista pelo lado materno, do lado paterno tinha como avós José de Souza de Godoy e Ana Francisca da Costa.

Seus bisavós eram Martinho Fischer e Maria DupreJoão José Evangelista e Maria José RosaCipriano de Souza de Moraes e Maria de Souza de GodoyJoaquim da Costa Figueiredo e Francisca Rodrigues da Silva.

Certidão de nascimento de Joaquim Fischer
Certidão de nascimento de Joaquim Fischer

Joaquim perdeu sua mãe Dorvalina Fischer quando tinha apenas três anos de idade, em 1831. Junto com seus quatro irmãos, Benedicto, Sebastiana, Antonieta e José, ele foi criado por seu pai Joaquim e sua tia Cyra Fischer.

Na adolescência ele jogava futebol no time da cidade de Lindóia e também tocava na banda municipal.

Joaquim Fischer (deitado à frente) no time de futebol de Lindóia, em 1942
Joaquim Fischer (deitado à frente) no time de futebol de Lindóia, em 1942

Joaquim Fischer era funcionário público e trabalhava como zelador/bedel na Escola Estadual Pedro de Toledo em Lindóia, até se aposentar. Mesma função exercida anteriormente por seu pai Joaquim de Souza de Godoy.

Mas antes de ter um trabalho fixo formal em sua cidade natal, Joaquim morou um tempo em São Paulo, junto com seu irmão mais velho, Benedicto, que já morava e trabalhava como padeiro na capital paulista. O jovem Joaquim trabalhou como entregador de mercadorias, em comércios na região central de São Paulo.

Ele não se adaptou a realidade da vida paulistana e resolveu voltar para Lindóia, onde em 23 de dezembro de 1950, aos 22 anos de idade, casou-se com Ana Carolina de Moraes, ela com 19 anos.

Certidão de casamento de Joaquim e Ana Carolina
Certidão de casamento de Joaquim e Ana Carolina
Casamento de Joaquim Fischer e Ana Carolina em 1950
Casamento de Joaquim Fischer e Ana Carolina em 1950, dama de honra Sonia Grava de Souza

Ana Carolina nasceu em Itapira, São Paulo, em 17 de abril de 1931. Filha de Raymundo Francisco de Moraes e Carolina de Jesus. Neta pelo lado paterno de Francisco José de Moraes e Delphina Alexandrina da Conceição. Seus avós maternos eram Celestrino de Souza e Sebastiana de Jesus.

Certidão de nascimento de Ana Carolina de Moraes
Certidão de nascimento de Ana Carolina de Moraes
Carolina de Jesus
Carolina de Jesus
Raymundo de Moraes
Raymundo de Moraes

Joaquim e Ana Carolina tiveram 12 filhos, dois deles faleceram ainda crianças (Paulo Roberto aos 4 anos, vítima de picada de escorpião e Luís Cláudio aos 8 meses, vítima de sarampo).

São eles:

Neide Maria de Souza Fischer (1952)

Antonio Marcos de Souza Fischer (1954)

Maria Aparecida de Souza Fischer (1955)

Sonia Maria de Souza Fischer (1957)

Jorge Luís de Souza Fischer (1959-2019)

Paulo Roberto de Souza Fischer (1960-1964)

Paulo Sérgio de Souza Fischer (1961)

Luís Claudio de Souza Fischer (1963-1963)

Claudia Maria de Souza Fischer (1965)

Silvia Helena de Souza Fischer (1968)

Rosemeire Regina de Souza Fischer (1970)

Telma Maria de Souza Fischer (1972)

Com tantos filhos para criar, Joaquim e Ana trabalhavam na escola, ela como merendeira e ele como zelador. Mas era preciso compor renda para dar conta de tantas despesas, por isso o casal também fazia papel de babás e cuidava de crianças dos vizinhos e conhecidos.

Joaquim também voltou a exercer a atividade de entregador. Agora em Lindóia, Joaquim entregava pães na cidade, logo de manhã ele passava na Padaria, pegava os pães e levava para os clientes de porta em porta.

Os filhos de Joaquim e Ana cresceram em Lindóia, estudaram, e a maioria se casou e teve filhos. Alguns fixaram residência em Lindóia e outros se mudaram para cidades vizinhas como Águas de Lindóia, Serra Negra e Ouro Fino. A família ficou numerosa, ao todo, em 2024, entre filhos e filhas, genros, noras, netos, bisnetos, trinetos e tetranetos, somam mais de 50 pessoas.

Quando se casaram e por algum tempo, Joaquim e Ana moravam em uma casa dentro da escola onde trabalhavam, depois eles se mudaram para uma casa na rua Fabiano Franco e posteriormente em uma casa na rua José de Freitas, onde viveram juntos com os filhos, netos e por muitos anos com Sebastiana Aparecida, carinhosamente chamada de Cuca, irmã de Joaquim, solteira, sem filhos, falecida em 2007, aos 86 anos.

Ana Carolina, Joaquim e Sebastiana
Ana Carolina, Joaquim e Sebastiana

Em dezembro de 2000, a família celebrou os 50 anos (bodas de ouro) do casamento de Joaquim e Ana Carolina. Dez anos mais tarde, em 2010, outra celebração comemorou os 60 anos de casados (bodas de diamante).

Joaquim Fischer e Ana Carolina em 2000
Joaquim Fischer e Ana Carolina em 2000
Joaquim Fischer e Ana Carolina em 2010
Joaquim Fischer e Ana Carolina em 2010

Em 18 de março de 2012, Ana Carolina faleceu em sua residência, em Lindóia, vítima de parada cardiorrespiratória e foi sepultada no cemitério local.

Após a morte de sua esposa, Joaquim passou a viver com sua filha mais nova, Telma e também sob os cuidados do filho Paulo Sérgio. Com a cabeça muito boa e lúcido, Quinzinho alguns anos mais tarde, após os 90 anos, já sofria de dificuldades físicas e não conseguia se locomover sozinho.

Em 02 de outubro de 2022, Joaquim Fischer faleceu, aos 94 anos. Seu corpo foi velado por amigos e familiares no velório municipal de Lindóia e sepultado no jazigo da família no Cemitério Municipal da cidade.

Dorvalina Fischer, a primogênita

Dorvalina Fischer, primeira filha do casal Henrique Fischer e Zulmira Evangelista, nasceu em Limeira, São Paulo, em 1898. Ela foi batizada em 22 de janeiro de 1899, na igreja católica, Matriz de Nossa Senhora das Dores, em Limeira. Foram padrinhos seus avós paternos Martinho Fischer e Maria Dupre.

Assento de batismo de Dorvalina Fischer
Assento de batismo de Dorvalina Fischer

Transcrição: Aos vinte e dois de janeiro de mil oitocentos e noventa e nove, nesta Matriz, batizei solenemente Dorvalina, nascida em trinta de setembro do ano passado, filha legítima de Henrique Fischer e Zulmira Evangelista. Padrinhos Martinho Fischer e Maria Dupre.

Dorvalina passou sua infância em Limeira, junto com os pais e irmãos, CyraArmando e Augusto que nasceram posteriormente em 1901, 1903 e 1906. Aos oito anos de idade, ainda criança, Dorvalina ficou órfã, sua mãe Zulmira faleceu de tuberculose, em 14 de setembro de 1906.

Seu pai, Henrique Fischer, ficou viúvo e sozinho entre 1906 e 1912, mas tudo leva a supor que uma sobrinha de Zulmira, chamada Odila Evangelista, possa ter ajudado na criação dos filhos órfãos de Zulmira, já que ela viria a ser a segunda esposa de Henrique, em 30 de novembro de 1912.

Em 1913, Dorvalina, já uma adolescente com 15 anos, mudou-se de Limeira para Lindóia, São Paulo, junto com seu pai, sua madrasta e seus irmãos mais novos. Nesta cidade eles moravam na rua do Largo da Matriz, nº 05.

Três anos mais tarde, aos 18 anos de idade, em 30 de setembro de 1916, Dorvalina casou-se com Joaquim de Souza de Godoy Sobrinho, ele com 30 anos, na igreja católica, Matriz de Nossa Senhora das Brotas, em Lindóia, São Paulo.

Registro de casamento de Dorvalina e Joaquim
Registro de casamento de Dorvalina e Joaquim

Transcrição: Aos trinta de setembro de mil novecentos e dezesseis, nesta Paróquia de Nossa Senhora das Brotas, de Lindoia, em minha presença e das testemunhas, Firmino de Godoy Bueno e Agenor do Nascimento, receberam-se em matrimônio os nubentes Joaquim de Souza de Godoy e Dorvalina Fischer, ele com trinta anos de idade, filho legítimo dos falecidos José de Souza de Godoy e Anna Francisca da Costa e ela com dezoito anos de idade, filha legítima de Henrique Fischer e da falecida Zulmira Evangelista, ambos os contraentes são fregueses desta paróquia.

Filho de José de Souza de Godoy e Anna Francisa da Costa, Joaquim nasceu em Serra Negra, São Paulo, em 1886. Ele era de uma família tradicional da região, considerados alguns dos fundadores de Lindóia. Diz a história da cidade, que alguns imigrantes portugueses e espanhóis, oriundos de Atibaia – Bairro da Guardinha, se desentenderam com o Governador da Capitania de São Paulo, e fugiram, se fixando às margens do Cezar. Segundo a história contada pelos antigos, estas famílias eram: Franco, Godoy, Alves, Souza, Almeida e Domingues. Dos documentos antigos constam que Manoel Alves de Almeida, criou um índio batizado pelo nome de Salvador Domingues de Almeida, fundando-se latifúndios às margens esquerda do Rio do Cezar, depois chamado Rio do Peixe, por ser muito piscoso. Construiu aí algumas residências e plantou suas lavouras. Consta ainda que Salvador Domingues de Almeida casou-se com Candida (triavós de Joaquim de Souza de Godoy Sobrinho) e desse casamento teve muitos filhos, sendo que uma filha por nome de Anaesméria, casou-se com Joaquim Franco de Godoy (bisavós de Joaquim de Souza Sobrinho), doador das terras para construção da Igreja de Nossa Senhora das Brotas, que recebeu está homenagem, por ser esta região riquíssima em quantidades de brotas de água. 

Quando Joaquim casou-se com Dorvalina, ele já tinha uma filha de outro relacionamento, chamada Jandira de Souza. Joaquim e Dorvalina logo tiveram o primeiro filho e ao todo foram cinco, são eles:

Benedicto de Souza (1918-?)

Sebastiana Apparecida de Souza (1921-2007)

Antonieta de Souza (1923-2015)

Joaquim de Souza Fischer (1928)

José Benedito de Souza (1931-2017)

Vale pontuar que entre o nascimento de Antonieta e Joaquim passaram-se cinco anos, nesse intervalo não foi encontrado registro de filhos do casal, o que não era normal para a época. Pode ser que naqueles anos, Dorvalina possa ter engravidado e sofrido abortos, o que era muito comum.

Dorvalina Fischer faleceu em 1931, após o nascimento de seu filho José Benedito, em Lindóia, onde foi sepultada no cemitério local. Segundo história oral contada por familiares, ela morreu na dieta, período que a mulher se recupera após uma gestação.

Com a morte da esposa, Joaquim de Souza de Godoy ficou com os cinco filhos, relativamente pequenos, Benedicto, o mais velho, tinha apenas 13 anos, Sebastiana 10 anos, Antonieta 8 anos, Joaquim 3 anos e José Benedito recém nascido.

Segundo histórias contadas por familiares, Joaquim seguiu viúvo e continuou criando os filhos sozinho, com a ajuda de Cyra Fischer, irmã de Dorvalina. Cyra era recém casada com Sebastião de Souza Godoy, conhecido como Nino, e provavelmente parente de Joaquim. Cyra e Sebastião tiveram uma única filha, Silvia Benedicta, que morreu ainda bebê. Sem filhos, ela ajudou na criação dos sobrinhos.

Joaquim de Souza de Godoy Sobrinho faleceu aos 77 anos, em Lindóia, São Paulo e foi sepultado no cemitério local. Antes da morte, ele ficou anos na cama após ter sofrido um AVC e era cuidado pela filha Sebastiana Aparecida.

Conrado Grava de Souza, neto de Joaquim, tem lembranças do avô: “Quando nasci, em 1949, o avô Joaquim era o único vivo. Lembro-me dele deitado em uma cama, em Lindóia, em uma casinha muito simples, na rua onde começava a estrada para Itapira. Ele morava com a minha tia Cida. Ele tinha perdido a fala e só se comunicava com a minha tia por um sininho. Tocava o sininho e, se minha tia demorava para atendê-lo, ao abrir a porta do quarto, na verdade uma cortina de tecido, ele atirava o sininho nela.

Retrato de Joaquim de Souza de Godoy Sobrinho
Retrato de Joaquim de Souza de Godoy Sobrinho

Henrique Fischer, três esposas e uma grande família

Henrique Fischer, quarto filho do casal Martinho Fischer e Maria Dupre, nasceu em Constituição, atual Piracicaba, São Paulo, em 12 de maio de 1874. Ele foi batizado na igreja católica, na Matriz de Santo Antônio, em Piracicaba, no dia 23 de maio de 1874. Foram padrinhos seus tios Henrique Fischer e Bárbara Fischer.

Assento de batismos de Henrique Fischer
Assento de batismos de Henrique Fischer

Transcrição: Aos vinte e três de maio de mil oitocentos de setenta e quatro, nesta matriz, batizei e pus os santos olhos em Henrique, nascido no dia dose do corrente mês, filho de Martinho Fischer e Maria Dupre. Foram padrinhos Henrique Fischer e Barbara Fischer.

Aos 22 anos, em 24 de dezembro de 1896, Henrique casou-se com sua primeira esposa, Zulmira Evangelista, ela com 15 anos, na igreja católica, Matriz de Nossa Senhora das Dores, em Limeira, São Paulo. Foram testemunhas Zeferino Guimarães e Martinho Fischer.

Assento de casamento de Henrique Fischer e Zulmira Evangelista
Assento de casamento de Henrique Fischer e Zulmira Evangelista

Transcrição: Aos vinte e quatro de dezembro de 1896, na Matriz de Limeira, perante mim e das testemunhas abaixo mencionadas, depois de proclamados, receberam-se em santo matrimônio, Henrique Fischer e Zulmira Evangelista, ele em idade de vinte e dois anos, natural de Piracicaba, filho legítimo de Martinho Fischer e Maria Dupre; e ela em idade de quinze anos, filha legítima de João Evangelista, falecido, e de Maria Rosa Evangelista, natural de Limeira. Foram testemunhas Zeferina Guimarães e Martinho Fischer.

Filha de João Evangelista e Maria Rosa Evangelista, Zulmira nasceu em Limeira, São Paulo, em 20 de outubro de 1881. Ela faleceu jovem, vítima da tuberculose, em 14 de setembro de 1906, aos 24 anos, em Limeira, São Paulo, onde foi sepultada no cemitério municipal.

Registro de óbito de Zulmira Evangelista
Registro de óbito de Zulmira Evangelista

Henrique e Zulmira tiveram 4 filhos, são eles:

Dorvalina Fischer (1898-1932)

Cyra Fischer (1901-1942)

Armando Fischer (1903-1951)

Augusto Aparecido Fischer (1906-1935)

Os filhos de Henrique e Zulmira lhes deram 10 netos e dezenas de bisnetos, trinetos, tetranetos e pentanetos que povoaram a região de Lindóia, São Paulo e se espalharam pelo Brasil.

Seis anos após a morte da primeira esposa, o viúvo Henrique Fischer, agora com 37 anos, casou-se novamente, em 30 de novembro de 1912. Desta vez com Odila Evangelista, de 21 anos, curiosamente sobrinha de Zulmira Evangelista, a primeira esposa falecida. Foram testemunhas Antonio Oliveira e José Piessotti.

Assento de casamento de Henrique Fischer e Odila Evangelista
Assento de casamento de Henrique Fischer e Odila Evangelista

Transcrição: Aos trinta de novembro de 1912, nesta matriz de Limeira, depois de proclamados e não havendo impedimento algum, na minha presença e das testemunhas abaixo assinadas, receberam-se em matrimônio, Henrique Fischer e Odila Evangelista. Ele viúvo de Zulmira Evangelista, com 37 anos, natural de Piracicaba; ela solteira, natural de Limeira, com 21 anos de idade, filha legítima de João Evangelista Filho e de Albertina Evangelista, todos fregueses desta paróquia. Nada mais consta, faço o presente assento.

Filha de João Evangelista Filho e Albertina Evangelista, Odila nasceu em 1891, em Limeira, São Paulo. Cerca de um ano após o matrimônio, em 1913, Henrique e Odila mudaram-se de Limeira com os filhos de Henrique e Zulmira. O casal e as crianças teriam passado brevemente por Itapira e depois se fixaram em Lindóia, São Paulo. Segundo histórias contadas por familiares, a mudança de cidade teria sido motivada por questões de herança e desentendimento entre os herdeiros de Martinho Fischer, pai de Henrique, que faleceu em agosto de 1913.

Na nova cidade, o casal teve 2 filhos, são eles:

Mário Aparecido Fischer (1913-1959)

Martino Fischer (1917-?)

Os filhos de Henrique e Odila lhes deram uma única neta, alguns bisnetos e trinetos, descendentes de Mário Fischer.

Sobre Martino Fischer não foi encontrado registro de óbito, casamento ou nascimento de filhos, o que leva a crer que ele possa ter falecido ainda criança e não deixou descendentes.

Não encontramos ainda o registro de óbito de Odila, mas tudo leva a crer que ela faleceu após o nascimento do segundo filho, Martino, em Lindóia, São Paulo.

Com a morte de Odila, Henrique, aos 50 anos, casou-se pela terceira vez, por volta de 1924, em Lindóia, São Paulo. A nova esposa, Faustina Maria de Jesus, tinha 20 anos.

Faustina era natural de Campo Místico, atual Bueno Brandão, Minas Gerais. Filha de Joaquim Francisco de Figueiredo e Francisca Maria de Jesus, ela nasceu em 28 de setembro de 1904.

Batismo de Faustina Maria de Jesus
Batismo de Faustina Maria de Jesus

O casal teve 4 filhos, ainda vivos em 2020, são eles:

Maria Fischer (1927)

Aparecido Fischer (1931)

Antonia Fischer (1933)

José do Carmos Fischer (1936)

Uma curiosidade sobre Henrique Fischer é que, por ele ter se casado três vezes em um intervalo de quase 40 anos, os filhos de Henrique Fischer, frutos do último relacionamento, com Faustina, tinham a mesma idade ou eram até mais jovens que alguns de seus primeiros netos.

Em Lindóia, São Paulo, Henrique Fischer morava com sua família no Largo da Matriz, nº 05. Ele era uma figura conhecida dos moradores da pequena cidade do interior paulista. Eletricista, ele trabalhava em uma usina hidrelétrica, chamada Usina das Cotas, que gerava energia para o município.

Apesar de não ser natural da Alemanha, mas ser descendente, ele era conhecido como Alemão pelos moradores. No fim da vida, talvez já sofrendo de alguma demência, ele era frequentemente visto andando pelas ruas da cidade e falando sozinho.

Retrato Henrique Fischer
Retrato Henrique Fischer

Henrique Fischer faleceu em 18 de março de 1939, aos 64 anos, vítima de hemorragia cerebral, em Lindóia, São Paulo, onde foi sepultado no cemitério municipal da cidade. Sem posses, ele não deixou herança, apenas lembranças e uma grande família.

Registro de óbito de Henrique Fischer
Registro de óbito de Henrique Fischer

Após a morte de Henrique, Faustina de Jesus mudou-se para a cidade de Serra Negra, São Paulo. Ela contava que havia colocado os filhos dentro de jacás, presos no lombo de um burro, e pegaram estrada. Em Serra Negra ela se casou novamente, em 21 de junho de 1947, com o viúvo José Franco de Godoi, ele também já tinha filhos de outro relacionamento. Deste casamento entre Faustina e José não houve filhos.

Reprodução da ida de Faustina e os filhos de Lindóia para Serra Negra
Reprodução da ida de Faustina e os filhos de Lindóia para Serra Negra

Os filhos de Faustina e Henrique cresceram e estudaram. Maria e Aparecido casaram-se em Serra Negra e mais tarde se transferiram com a mãe para Campinas; José, solteiro, seguiu com eles para Campinas. Antônia foi para São Paulo, trabalhar como doméstica. Naquela cidade acabou se casando com Vicente Villano, um filho de seu empregador.

Em Campinas a “noninha”, como Faustina era carinhosamente chamada, morava com sua filha Maria. Ao falecer, em 15 de agosto de 1999, aos 95 anos, Faustina deixou os quatro filhos, 12 netos e pelo menos 19 bisnetos.

*Colaborou com informações sobre Faustina seus netos Henrique Fischer e Heitor Fischer