A revolta dos parceiros em Ibicaba

A Revolta dos Parceiros em Ibicaba, ocorrida em 1856, foi um conflito significativo entre imigrantes europeus e a administração da Fazenda Ibicaba, localizada no interior do estado de São Paulo, Brasil. Esse episódio é um dos mais emblemáticos relacionados ao sistema de parceria, que foi amplamente utilizado nas fazendas de café durante o século XIX.

Contexto

A Fazenda Ibicaba, sob a administração de Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, adotou o sistema de parceria para atrair imigrantes europeus, principalmente portugueses, suíços e alemães, com a promessa de compartilhamento dos lucros obtidos com a produção agrícola. O sistema previa que os parceiros (imigrantes) receberiam uma parte da produção em troca de seu trabalho no cultivo, especialmente do café.

Imagem ilustrativa da revolta dos parceiros na fazenda Ibicaba em 1856
Imagem ilustrativa da revolta dos parceiros na fazenda Ibicaba em 1856

Causas do Conflito

A revolta foi motivada por várias razões, principalmente as condições desfavoráveis impostas pelo sistema de parceria:

  1. Dívidas Acumuladas: Muitos imigrantes se viram presos em um ciclo de dívida, pois os custos iniciais de moradia, alimentação e ferramentas foram adiantados pela administração da fazenda e descontados dos lucros dos trabalhadores. Em anos de produção baixa, isso significava que os imigrantes não apenas deixavam de ganhar dinheiro, como ainda aumentavam suas dívidas.
  2. Condições de Trabalho: As jornadas eram longas e as condições de trabalho, duras. Além disso, os imigrantes se sentiam enganados quanto às promessas feitas antes de sua chegada ao Brasil, encontrando uma realidade muito mais árdua do que a esperada.
  3. Desentendimentos sobre a Partilha: Havia frequentes desentendimentos sobre como a produção e os lucros deveriam ser divididos, com muitos imigrantes sentindo que a divisão não era justa ou transparente.

Desenvolvimento da Revolta

A insatisfação culminou em uma revolta aberta, onde os imigrantes protestaram e chegaram a confrontar fisicamente os administradores da fazenda. A situação tensa exigiu a intervenção das autoridades locais.

Resolução e Impacto

O conflito foi suficientemente grave para chamar a atenção das autoridades provinciais e nacionais sobre as falhas do sistema de parceria. Após a revolta, houve um esforço para reformar as condições dos contratos de parceria, e gradualmente o sistema começou a ser substituído por outros modelos de trabalho, incluindo o trabalho assalariado.

A Revolta dos Parceiros em Ibicaba é frequentemente citada como um ponto de virada nas políticas de imigração e trabalho no Brasil, ilustrando os desafios enfrentados pelos imigrantes e as dificuldades de implementação de sistemas de trabalho que dependem de partilha de lucros em condições desiguais. O episódio também é um exemplo significativo das tensões sociais e econômicas do Brasil do século XIX, em um período de transição da mão de obra escrava para o trabalho livre.

A imigração alemã pelo sistema de parceria

O sistema de parceria na imigração para o Brasil foi uma forma de organização do trabalho adotada principalmente nas fazendas de café do interior de São Paulo durante a metade do século XIX. Esse sistema visava atrair imigrantes europeus para trabalhar na agricultura brasileira, oferecendo uma alternativa aos modelos tradicionais de trabalho assalariado ou à escravidão, que ainda era legal e muito presente no Brasil naquela época.

Funcionamento do Sistema de Parceria

No sistema de parceria, os imigrantes não recebiam salários fixos, mas sim uma parte da produção que conseguiam cultivar. Basicamente, a terra, as ferramentas e as sementes eram fornecidas pelos fazendeiros, enquanto os imigrantes forneciam a mão de obra. Em teoria, isso permitiria que os trabalhadores tivessem um incentivo direto para aumentar a produção, pois quanto mais produzissem, maior seria sua parte nos lucros.

Problemas e Críticas

Na prática, o sistema de parceria muitas vezes resultou em exploração e endividamento dos imigrantes. Os custos iniciais com moradia, alimentação e ferramentas eram frequentemente adiantados pelos fazendeiros e depois descontados da parte dos lucros que cabia aos trabalhadores. Isso criava uma dívida que muitas vezes se tornava difícil de ser saldada, especialmente em anos de má colheita.

Além disso, os imigrantes enfrentavam condições de trabalho árduas, com longas jornadas e pouca garantia de sucesso financeiro. Os contratos de parceria nem sempre eram claros ou justos, e muitos imigrantes se sentiam enganados quanto às reais condições que encontrariam.

Impacto e Legado

O descontentamento com o sistema de parceria levou a várias revoltas e protestos por parte dos imigrantes, sendo um dos mais conhecidos o caso da Revolta de Ibicaba, na fazenda de mesmo nome. Esses eventos foram importantes para chamar a atenção para as dificuldades enfrentadas pelos imigrantes e contribuíram para a gradual mudança nas políticas de imigração e trabalho no Brasil.

A partir da década de 1850 e 1860, o sistema de parceria começou a ser abandonado, e formas alternativas de organização do trabalho foram exploradas, incluindo o trabalho assalariado com condições mais claras e estáveis. O sistema de parceria é frequentemente estudado como um exemplo das dificuldades enfrentadas pelos imigrantes e das complexidades do desenvolvimento agrícola e econômico do Brasil no século XIX.

A vinda dos imigrantes alemães para São Paulo no século 19

A vinda dos imigrantes alemães para São Paulo no século 19 foi parte de um fluxo mais amplo de imigração europeia para o Brasil, que começou de maneira mais significativa a partir da década de 1820. Os imigrantes alemães chegaram ao Brasil por várias razões, incluindo a busca por oportunidades econômicas, fuga de instabilidades políticas e sociais na Europa e incentivos oferecidos pelo governo brasileiro.

Contexto e Motivações

Durante o século 19, o Brasil estava em um processo de transformação econômica e social, com a independência de Portugal em 1822 e a abolição gradual do tráfico de escravos. O governo brasileiro, interessado em promover o desenvolvimento agrícola e industrial, incentivou a imigração europeia para substituir a mão de obra escrava e para colonizar regiões menos povoadas.

Incentivos Governamentais

O governo brasileiro e governos provinciais ofereciam diversos incentivos para atrair imigrantes, como subsídios para a viagem, concessão de terras e isenção de impostos por períodos determinados. Esses incentivos eram parte de uma política mais ampla para promover o cultivo de café e outros produtos agrícolas, bem como para estimular a ocupação do território.

A Viagem

A viagem da Alemanha para o Brasil era longa e desafiadora, frequentemente realizada em navios superlotados e em condições precárias. Os imigrantes partiam geralmente do porto de Hamburgo. A viagem por mar durava geralmente entre dois e três meses, enfrentando condições adversas como tempestades e doenças a bordo.

Imagem ilustrativa do porto de Hamburgo no século 19
Imagem ilustrativa do porto de Hamburgo no século 19

Estabelecimento

Ao chegarem no Brasil, o desembarque acontecia no porto de Santos. Ali alguns imigrantes já sabiam seu destino, haviam sido contratados por fazendeiros e iriam para as fazendas de café, no interior de São Paulo. Outros decidiam ficar na cidade por uns dias até encontrar um rumo certo, um trabalho e onde morar.

Imagem ilustrativa da chegada de imigrantes no porto de Santos no século 19
Imagem ilustrativa da chegada de imigrantes no porto de Santos no século 19

Depois os imigrantes alemães inicialmente subiam em comitiva a serra do mar rumo a capital São Paulo. Alguns tinham como destino a cidade e outros seguiam viagem no lombo de cavalos e burros rumo ao interior onde eram esperados para o trabalho nas fazendas de café.

Imagem ilustrativa da viagem dos imigrantes na Serra do Mar
Imagem ilustrativa da viagem dos imigrantes na Serra do Mar

Muitos se estabeleceram em áreas como São Carlos, Campinas, Santa Bárbara d’Oeste, Limeira, Piracicaba, Rio Claro entre outras. Os alemães trouxeram consigo conhecimentos em agricultura, especialmente em técnicas de cultivo e manejo do solo, o que contribuiu significativamente para a agricultura local.

Desafios e Adaptação

Os imigrantes enfrentaram vários desafios ao se estabelecer no Brasil, incluindo diferenças culturais, barreiras linguísticas e adaptação ao clima tropical. No entanto, com o tempo, muitos conseguiram prosperar, fundando empresas, escolas e instituições culturais que ajudaram na integração e na preservação de sua cultura.

Legado

Os alemães deixaram um legado duradouro em São Paulo e em outras partes do Brasil, não apenas na agricultura, mas também em indústrias, educação e cultura. Comunidades alemãs no Brasil continuam a celebrar e preservar suas tradições através de festivais, música, dança e gastronomia.

A imigração alemã para São Paulo no século 19 é um exemplo de como a migração pode transformar e enriquecer uma região, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico e cultural.

A imigração alemã no interior de São Paulo

A imigração alemã para o interior de São Paulo foi parte de um movimento mais amplo de imigração europeia para o Brasil durante o século XIX e início do século XX. Os alemães, entre outros imigrantes europeus, foram atraídos para o Brasil por várias razões, incluindo as políticas de incentivo à imigração do governo brasileiro, que buscava promover o desenvolvimento agrícola e povoar áreas menos habitadas do país.

Início da Imigração e Motivações

A imigração alemã para o Brasil começou de forma mais significativa na primeira metade do século XIX, mais especificamente em 1924, com destaque para o Rio Grande do Sul. Naquele momento, o principal motivo para a imigração era o incentivo do governo imperial para a ocupação de territórios brasileiros pouco habitados. Um claro sinal de defesa do território diante de possíveis ameaças de ocupação por nações vizinhas.

No entanto, a partir de meados do século XIX, os alemães começaram a se estabelecer também em São Paulo, especialmente atraídos pela expansão da cultura do café e pela pressão internacional pela substituição da mão de obra escrava.

Áreas de Assentamento

No interior de São Paulo, os alemães se estabeleceram em diversas cidades, incluindo São Carlos, Campinas, Limeira, Piracicaba e Rio Claro. Mais tarde em áreas como o Vale do Paraíba e a Alta Paulista. Em muitos desses lugares, os alemães se dedicaram à agricultura, particularmente à produção de café, que era a principal atividade econômica do estado na época.

Imagem ilustrativa de imigrantes nas fazendas de café
Imagem ilustrativa de imigrantes nas fazendas de café

Contribuições Culturais e Econômicas

Os alemães trouxeram consigo técnicas agrícolas avançadas e contribuíram significativamente para a modernização das práticas agrícolas em São Paulo. Além da agricultura, eles também foram pioneiros em diversas indústrias e contribuíram para a infraestrutura, como a construção de estradas e ferrovias. A influência alemã é visível na arquitetura, na gastronomia e nas festividades culturais de várias cidades paulistas.

Desafios e Integração

A integração dos imigrantes alemães na sociedade brasileira enfrentou desafios. A diferença do idioma, do clima, da cultura e religião foram dificultadores, mas não impediram a integração do povo germânico na sociedade.

Legado

Hoje, o legado da imigração alemã no interior de São Paulo é preservado através de clubes, escolas, igrejas e festivais que celebram a herança alemã. Essa influência ainda é uma parte importante da identidade cultural de muitas comunidades no interior de São Paulo.

Muhl, a origem dos Dupre na Alemanha

Imagem ilustrativa do vilarejo de Muhl na Alemanha no século 19

Johann Michael Dupre, patriarca da Família Dupre no Brasil, é oriundo de Muhl, Neuhütten, no estado da Renânia-Palatinado, na Alemanha.

Igreja em Muhl
Igreja em Muhl

História do distrito de Neuhütten
A história da alongada cidade de Neuhütten, localizada na encosta norte do Dollberg, começa no final do século XVII e pode estar ligada ao ressurgimento da indústria do ferro no Altbachtal. Até então, toda a área da aldeia de hoje era coberta por floresta e pertencia ao governo Züsch. O proprietário era Vogt Ernst Ludwig von Hunolstein.

De cerca de 1800 a 1970, Neuhütten consistia nos seguintes três distritos:

Os trabalhadores (ferreiros, fundidores, etc.) se estabeleceram no lado diagonalmente oposto da fábrica na encosta do Dollberg. Lá eles construíram pequenas cabanas. Assim foi criado o atual distrito de Schmelz , localizado a oeste , cujo nome pode ser explicado claramente pela operação de fundição de ferro. As primeiras pessoas deveriam ter vivido lá já em 1700. Na década de 1750/59 havia 29 famílias católicas no Schmelz , 11 com nomes alemães e 18 com nomes franceses. Em 1781 já havia 161 pessoas morando lá. 28 casas foram encontradas em 1787, nas quais viviam 31 famílias com 114 pessoas.

O distrito do norte chamado Zinsershütten provavelmente se originou por volta de 1730 ou mesmo por volta de 1725, já que um portador do nome Zinser é dado como padrinho “ vindo da floresta Züscher ”. O nome está associado aos provavelmente primeiros habitantes Johann Peter Zinser e às famílias de seus dois filhos Johann Nikolaus e Johann Jakob (a família Zinser veio de Rhaunen). Eles trabalharam como picadores de madeira e queimadores de carvão a serviço da fábrica no vale. Em 1758 existiam 10 quartéis na área residencial, onde viviam 21 famílias com 6 alemães e 15 com nomes franceses. Em 1781 viviam ali 103 pessoas e, em 1787, havia 74 pessoas em 20 casas em 22 famílias.

A última fundação diz respeito à parte central do lugar chamada Neuhütten . Por volta de 1758, a área entre Schmelz e Zinsershütten já havia sido desmatada. Um caminho estreito conectava os dois locais de residência. A oeste de Muhl ficava o assentamento chamado Schneidershütten , em homenagem ao alfaiate coxo Peter Arend, que viveu lá por volta de 1718/20 . Em 1744, havia 9 quartéis no local. Já em 1756 houve uma disputa entre o proprietário de Züsch e o escritório de Birkenfeld sobre a área disputada de Schneidershütten. Depois de muitas negociações, chegou ao ponto que o assentamento teve de ser evacuado. Aconteceu então que no verão de 1759 as 22 famílias tiveram que deixar o local de residência anterior.  17 das famílias mudaram-se para lá, as outras para outras aldeias. Este novo lugar foi chamado de “Maltets-Barracks ” em homenagem ao residente Gil Malts; ao mesmo tempo, surgiu o nome “novas cabanas“. Ainda hoje o distrito é chamado de “o Placke ” no uso dos habitantes . Em 1781, havia 96 habitantes; 1787 49 pessoas em 18 casas.

Durante a ocupação francesa por volta de 1800, todas as três partes independentes foram combinadas em um município com o nome de Neuhütten . Sobrenomes que parecem franceses ainda estão representados hoje, como Bouillon, Detemple, Düpre, Kolling, Lorang, Mathieu, Petto, Serwene, Sossong.

História do distrito de Muhl

O distrito de Muhl ao norte foi incorporado a Neuhütten em 7 de novembro de 1970. Desde a sua criação por volta de 1725/30, a aldeia pertenceu ao distrito de Birkenfeld de Hintersponheim, veio para Baden em 1776 e foi fundida com Börfink para formar um município no distrito de Trier em 1816. De acordo com a lei de simplificação administrativa de 12 de novembro de 1968, Muhl e Börfink vieram para o distrito de Birkenfeld em 7 de junho de 1969, Muhl se separou de Börfink em 1970 e foram para o distrito de Trier.

Muhl vista de cima
Muhl vista de cima

Não há clareza total sobre a origem e interpretação do nome do lugar; em 4 de novembro de 1736 aparece um padrinho “do moinho”. Esta é a primeira menção do nome Muhl. Depois disso, o nome do lugar fica sempre assim. O nome vem de “Mulde”? Os moradores viviam principalmente cortando lenha e queimando carvão. Muhl era um estabelecimento exclusivamente de trabalhadores florestais em conexão com a siderúrgica de Züsch. Provavelmente, a primeira família residente foi a de Dominik Düpre, o ancestral de todos na área chamada Düpre. Em 1744, havia apenas 5 casas em Muhl.

Ainda hoje esta área também é conhecida por suas florestas e é um destino popular para caminhadas e atividades ao ar livre. A economia local tem sido historicamente baseada em madeira e agricultura.

Fonte: Neuhütten und Muhl – Nationalpark

Martin Fischer quase emigrou para os EUA e não para o Brasil

Patriarca da família Fischer no Brasil, Martin Fischer tentou emigrar para os EUA, cerca de 10 anos antes de sua vinda para o Brasil. É o que consta em uma recente descoberta feita por Heitor Fischer, durante suas pesquisas.

Em contato com o Arquivo do Estado da Renânia Palatinado, obtivemos uma resposta interessante sobre Martin Fischer. Consta nos arquivos de emigração de Flonheim, no inventário H 51 do Distrito de Alzey, que o entalhador Martin Fischer, de Flonheim, de 33 anos de idade, em 30 de março de 1837, fez um pedido para que sua família emigrasse para a América do Norte.

As seguintes pessoas são especificadas como membros da família:

Catharina Elisabetha, nascida Stumpf, sua esposa, com 43 anos de idade
Anton, filho, 14 anos de idade
Johann Jacob, filho, 12 anos de idade
Johann Martin, filho, 08 anos de idade
Friedrich, filho, 05 anos de idade
Heinrich, filho, 03 anos de idade

O conselho distrital do Distrito de Alzey não levantou objeção ao pedido, no entanto, não está claro nos documentos se Martin Fischer e sua família realmente emigraram para a América do Norte em 1837. Não encontramos documentos que comprovem a saída da Alemanha, tão pouco que mostre a entrada nos EUA. Ao que tudo indica eles desistiram da viagem ou tiveram algum problema que impediu a emigração.

Documento do Arquivo do Estado de Hessen com a autorização de emigração de Martin Fischer e família em 1837
Documento do Arquivo do Estado de Hessen com a autorização de emigração de Martin Fischer e família, para os EUA, em 1837

Transcrição e tradução: Registro – por Martin Fischer, pedreiro em Flonheim, onde mora com sua família, quer emigrar para a América do Norte. Apareceu perante mim Martin Fischer, pedreiro, explicando que ele junto com sua família deseja para a América do Norte emigrar e se submeter aos regulamentos e leis. Para que nenhum obstáculo tenha aos seus projetos, sua família é constituída pelas seguintes pessoas: 1. Martin Fischer, entalhador, 33 anos. 2. a esposa, Katharina Elisabetha, nascida Stumpf, 43 ano de idade. 3. Anton, 14 anos de idade. 4. Johann Jacob, 12 anos.5. Johann Martin, 8 anos. 6. Friederich, 5 anos de idade. 7. Heinrich 3 anos. Depois de ler sua declaração ao declarante, ele assinou comigo.

Em 1837 ainda não havia nascido dois filhos mais novos de Martin Fischer e Katharina Stumpf. Por isso Catharina Fischer e Philipp Fischer não constam na lista citada acima. Ela nasceu em 1837 e pode inclusive ter sido o motivo dos pais não terem emigrado para os EUA, temendo o risco de viajarem com Catharina Stumpf gestante. Já Philipp nasceu em 1843, quando Catharina Stumpf estava com 49 anos, um fato também incomum pela idade avançada.

Não foram encontrado registros oficiais da vinda da família para o Brasil, mas fato é que Martin Fischer teria sido recrutado pela Vergueiro e Cia em 1846, como consta no livro de abertura da colônia Ibicaba e teria chegado com a família em 1847.

*Colaborou com informações Heitor Fischer

Martinho Fischer e Maria Dupre

Martinho Fischer e Maria Dupre, este casal deu origem a uma das linhagens da família Fischer no Brasil.

Retrato Martinho Fischer
Retrato Martinho Fischer

Filho de Anton Fischer e Elizabeth (Izabel) Barth, Martinho Fischer nasceu em 05 de setembro de 1850, na cidade de Constituição, atual Piracicaba no estado de São Paulo. Na mesma cidade ele foi batizado, na igreja católica, Matriz de Santo Antônio, no dia 05 de outubro de 1850. Foram padrinhos Martin Fischer e Catharina Stumpf, seus avós paternos.

Assento de batismos de Martinho Fischer
Assento de batismos de Martinho Fischer

Transcrição: No mesmo dia e igreja batizei e pus os santos olhos no menino Martinho, de idade de um mês, filho de Antonio Fischer e Izabel Barth. Foram padrinhos Martinho Fischer e sua mulher Catharina Fischer.

Por algum motivo que desconhecemos, Martinho Fischer foi rebatizado na mesma igreja Matriz de Piracicaba, 34 anos após seu nascimento. Acreditamos que o novo assento tenha sido necessário para que Martinho pudesse ser padrinho de alguma criança ou de casamento. Naquela época e mesmo hoje, os registros de batismos católicos são obrigatórios para que alguém possa participar de um dos sacramentos da Igreja, como batizar ou ser testemunha de casamento de outra pessoa católica. Então, devido ao mau estado de conservação do primeiro assento de Martinho, ou mesmo por não terem encontrado o registro original, foi necessário refazer o sacramento com a declaração de testemunhas.

Confirmação do batismo de Martinho Fischer em 1884
Confirmação do batismo de Martinho Fischer em 1884

Transcrição: Aos dezesseis de outubro de mil oitocentos e oitenta e quatro, nesta Matriz, em virtude de autorização que me foi concedida por sua Excelência Reverendíssima, em minha presença compareceram Martinho Hilsdorf e Valentim Hebling, pessoas legítimas e por mim conhecidas, por eles me foi informado e sob suas consciências com efeito de verdade, que foi batizado nesta matriz, no ano de mil oitocentos e cinquenta, pelo já falecido vigário José Gomes, o então inocente Martinho, filho legítimo de Anton Fischer e Izabel Fischer Barth. Foram padrinho Martinho Fischer e Maria Magdalena Hilsdorf. Nada mais foi perguntado e para constar lavrei este assento com as testemunhas.

Filha caçula do casal Johann Michael Dupre e Katharina Rosar, Maria Dupre nasceu em 16 de fevereiro de 1851, em Muhl, Neuhütten, Trier-Saarburg, Renânia-Palatinado, na Alemanha. Em 03 de junho de 1862, aos 9 anos de idade, ela emigrou para o Brasil com seus pais e irmãos.

A família Dupre foi contratada pela Vergueiro e Cia, como colonos no regime de parceria. Em 26 de julho de I862 desembarcaram em Santos, São Paulo e de lá foram encaminhados para a Colônia Vergueiro, na Fazenda Ibicaba, em Limeira, São Paulo.

Família Dupre na lista de colonos de Ibicaba em 1862
Família Dupre na lista de colonos de Ibicaba em 1862

Transcrição: Relação dos Colonos vindos de Anvers (Antuérpia) no Patacho Dinamarquês Challenger – Capitão W. Lubbe, entrados neste Porto (Santos), em 26 de julho de 1862, contratados pela Vergueiro e Cia para a Colonia Ibicaba.

Johann Dupre, 50 anos, casado, natural de Muhl, na Prussia, lavrador
Catharina, 50 anos, esposa
Peter, filho, 27 anos, solteiro
Johann, filho, 24 anos, solteiro
Catharina, filha, 20 anos, solteira
Max, filho, 16 anos, solteiro
Johann Georg, 12 anos, solteiro
Maria, 09 anos, solteira

A família Dupre era originária de Muhl, Neuhütten, uma pequena aldeia que tem sua data de criação por volta de 1725/30. Não há clareza total sobre a origem e interpretação do nome do lugar. Localizada numa região de florestas, os moradores viviam principalmente cortando lenha e queimando carvão. Provavelmente, a primeira família residente no local foi a de Dominik Dupre, o ancestral de todos na área com sobrenome Dupre. Como o sobrenome leva a crer, Dupre tem origem na língua francesa e os ancestrais da família de Maria eram originários da Bélgica, Holanda e Luxemburgo, que posteriormente se espalharam pela região da Renânia, que foi ocupada pela França, antes de voltar ao domínio da Alemanha.

Não conseguimos precisar se Martinho e Maria se conheceram na fazenda Ibicaba ou posteriormente, quando as famílias de ambos já haviam deixado a colônia e se estabelecidos em cidades da região como Limeira, Rio Claro e Piracicaba.

Há indícios de que Maria era católica e Martinho protestante, mas a religião diferente não impediu o casamento. O enlace deste casal selou a união da família Fischer com a família Dupre e deu origem a uma das linhagens de Fischer no interior de São Paulo.

Seis anos mais tarde, em 27 de outubro de 1868, na igreja católica, Matriz de Nossa Senhora das Dores, em Limeira, São Paulo, Martinho Fischer e Maria Dupre se casaram, ele com 18 anos e ela com 17 anos.

Casamento de Martinho Fischer e Maria Dupre
Casamento de Martinho Fischer e Maria Dupre

Transcrição: Aos vinte e sete dias de outubro de mil oitocentos e sessenta de oito, nesta matriz, na cidade de Limeira, pelas nove horas da manhã, com provisão do vigário e alvará do juiz municipal, ambos datados de vinte e seis de outubro, perante mim, receberam em matrimônio, por marido e mulher, na minha presença e das testemunhas abaixo assinadas, Martinho, filho de Antonio Fischer e Isabel Fischer, natural e batizado na cidade de Constituição e Maria, fila de João Dupre e de Catharina Dupre, natural e batizada na Alemanha, ambos fregueses desta cidade de Limeira, logo lhes dei as bençãos nupciais… e faço este assento.

O casal teve 7 filhos, são eles:

Izabel Fischer (1869-?)

Catharina Fischer (1870-?)

João Fischer Sobrinho (1873-1918)

Henrique Fischer (1874-1939)

José Fischer (1877-?)

Mathias Fischer (1879-?)

Maximiliano Fischer (1881-?)

Com seus filhos e parentes, o casal viveu na região de Limeira, São Paulo. Na mesma cidade eles também faleceram. Martinho Fischer morreu aos 63 anos, em 05 de agosto de 1913, vítima de hemorragia cerebral. Maria Dupre faleceu aos 92 anos, em 01 de setembro de 1942, em sua residência, na rua Doutor Trajano, nº 445, vítima de artérioesclerose cárdio renal. Ambos foram sepultados no cemitério municipal de Limeira.

Registro de óbito de Martinho Fischer
Registro de óbito de Martinho Fischer
Registro de Óbito de Maria Dupre
Registro de Óbito de Maria Dupre

Dominik Dupre e a origem da família Dupre

A família Dupre que se estabeleceu no Brasil, mais especificamente na região de Limeira, Piracicaba e Rio Claro, ou suas variações de sobrenomes como: Düpre, Duppre, Dupret, Duprat, Dupler, Dipre, muito provavelmente tem origem em um único patriarca, Dominik Dupre. Ele é o possível ancestral de todos os Dupre que moravam na região de Muhl, Neuhütten, distrito de Trier-Saarburg, na Renânia-Palatinado, na Alemanha, origem de grande parte dos Dupre brasileiros.

Dominik era lenhador e foi um dos fundadores do assentamento chamado Muhl, um pequeno vilarejo, rodeado por florestas. Por isso, os moradores locais trabalhavam principalmente com madeira e na produção de carvão. Provavelmente, a primeira família residente em Muhl foi a de Dominik Dupre.

Apesar de ter nascido na região, por volta do ano 1705, em Birkenfeld, há indícios de que os ancestrais de Dominik não eram alemães, mas sim tenham origem na região da Bélgica, Luxemburgo e Holanda. A forte influência francesa nesses países e mesmo a região da Renânia, justificam a presença de muitas famílias com sobrenomes de raiz etimológica francesa, como é o caso do sobrenome Dupre.

Dominik Dupre seria filho de Gerardus Dupre, nascido por volta de 1680, na região de Remich, Grevenmacher, Luxemburgo. Sua mãe teria o nome de Anna Maria, não conseguimos precisar o sobrenome dela.

Seus avós paternos seriam Johannes Dupre (1648-1685) e Christina Drabbe (1647-?). Este casal seria natural da região da Zelândia, na Holanda. Os bisavós paternos de Dominik seriam Rameus Janssens Dupre (1621-1661) natural de Henegouwen, na Bélgica e Janeke Frans Pietersen (1621-1660) natural da Zelândia, na Holanda. Pela linha paterna, Dominik seria ainda trineto de Jean Dupre (1595-?) provavelmente natural da Bélgica.

Dominik Dupre casou-se duas vezes, primeiro, em 1724, em Hermeskeil, Trier-Saarburg, Renânia-Palatinado, na Alemanha, com Maria Gertrud Hewele (1700-1733). Este casal teve 4 filhos:

Maria Magdalena Dupre (1724)

Johann Peter Dupre (1725)

Anna Catharina (1728)

Georg Dupre (1731)

Após o falecimento de sua primeira esposa, Maria Gertrud em 1733, Dominik casou-se com Anna Calacuro (1716-1757), em 1734, em Züsch, Hermeskeil, Trier Saarburg, na Alemanha. Este casal teve 7 filhos:

Johann Peter Dupre (1736)

Franz Dupre (1738)

Johannes Dupre (1739)

Nicholas Dupre (1740)

Anna Maria Dupre (1742)

Johann Conrad Dupre (1744)

Christian Dupre (1746)

Sua segunda esposa, Anna Calacuro, faleceu em 1757, aos 41 anos, em Muhl, Neuhütten, Trier-Saarburg, Renânia-Palatinado, na Alemanha.

Os 11 filhos de Dominik Dupre geraram dezenas de netos e centenas de bisnetos, alguns continuaram na região de Muhl, outros se mudaram para outros lugares da Alemanha e alguns migraram para o Brasil e deram origem às linhagens dos Dupre no país.

Como foi o caso dos bisnetos Johann Dupre (João Dupre) (1800-?) que veio, em agosto de 1845, com a esposa Katharina Noel e seis filhos, para Petrópolis, no Rio de Janeiro. E Johann Michael Dupre (João Miguel Dupre) (1810-?) que emigrou em julho de 1862, com a esposa Katharina Rosar e seis filhos, para Ibicaba, em Limeira, São Paulo.

Dominik Dupre faleceu aos 64 anos, em 1769, em Muhl, Neuhütten, Trier-Saarburg, Renânia-Palatinado, na Alemanha, onde foi sepultado. Mas deixou para o mundo uma dinastia completa, que leva seu nome e sua história.

De Muhl para Ibicaba a união da família Dupre com a família Fischer

Em 03 de junho de 1862 a família Dupre, oriunda de Muhl, Neuhütten, distrito de Trier-Saarburg, na Renânia-Palatinado, na Alemanha, embarcou no porto da Antuérpia, Bélgica, rumo ao Brasil. A bordo do navio patacho dinamarquês Challenger, dirigido pelo capitão Lubbe, Johann Michael Dupre, sua esposa Katharina Rosar e seus 6 filhos viajaram pelo Oceano Atlântico, juntos com outros imigrantes contratados pela Vergueiro e Cia.

Famílias Dupre e Rosar recrutadas em Muhl
Famílias Dupre e Rosar recrutadas em Muhl

Após 53 dias de viagem, eles desembarcaram no Porto de Santos, em 26 de julho de 1862 e, de lá, seguiram rumo a fazenda Ibicaba em Limeira, São Paulo, onde se estabeleceram como colonos e trabalharam no regime de parceria.

Família Dupre na lista de colonos de Ibicaba em 1862
Família Dupre na lista de colonos de Ibicaba em 1862

Johann e Katharina tinham 50 anos de idade cada um e seus filhos, alguns já eram adultos, outros adolescentes e crianças. Peter Dupre, 27 anos; Johann Dupre, 24 anos; Catharina Dupre, 20 anos; Max Dupre, 16 anos; Georg Dupre, 12 anos e Maria Dupre, 9 anos. Alguns estudos apontam que Peter não era filho legítimo, mas por ter migrado junto com a família, foi considerado como filho.

Uma outra filha do casal não emigrou com os pais, Helene Dupre ficou na Alemanha. Com 22 anos na época, ela possivelmente já era noiva de Johann Peter Rosar, com quem se casou em 1863.

Família Dupre
Família Dupre

Filha caçula de Johann e Katharina, Maria Dupre nasceu em 16 de fevereiro de 1851, em Muhl, na Alemanha e se casou em 1868, em Limeira, São Paulo, com Martinho Fischer. Ele filho de Anton Fischer e Elizabeth (Izabel) Barth e neto de Martin Fischer e Catharina Stumpf, também colonos de Ibicaba. Martinho nasceu em 5 de setembro de 1850, em Piracicaba, São Paulo.

Assento de batismos de Martinho Fischer
Assento de batismos de Martinho Fischer

Transcrição: No mesmo dia e igreja batizei e pus os santos olhos no menino Martinho, de idade de um mês, filho de Antonio Fischer e Izabel Barth. Foram padrinhos Martinho Fischer e sua mulher Catharina Fischer.

Não conseguimos precisar se Martinho e Maria se conheceram na fazenda Ibicaba ou posteriormente, quando as famílias de ambos já haviam deixado a colônia e se estabelecidos em cidades da região como Limeira, Rio Claro e Piracicaba.

Há indícios de que Maria era católica e Martinho protestante, mas a religião diferente não impediu o casamento. O enlace deste casal selou a união da família Fischer com a família Dupre e deu origem a uma das linhagens de Fischer no interior de São Paulo.

Casamento de Martinho Fischer e Maria Dupre
Casamento de Martinho Fischer e Maria Dupre

Transcrição: Aos vinte e sete dias de outubro de mil oitocentos e sessenta de oito, nesta matriz, na cidade de Limeira, pelas nove horas da manhã, com provisão do vigário e alvará do juiz municipal, ambos datados de vinte e seis de outubro, perante mim, receberam em matrimônio, por marido e mulher, na minha presença e das testemunhas abaixo assinadas, Martinho, filho de Antonio Fischer e Isabel Fischer, natural e batizado na cidade de Constituição e Maria, fila de João Dupre e de Catharina Dupre, natural e batizada na Alemanha, ambos fregueses desta cidade de Limeira, logo lhes dei as bençãos nupciais… e faço este assento.

Martinho Fischer e Maria Dupre tiveram 7 filhos, são eles:

Izabel Fischer (1869-?)

Catharina Fischer (1870-?)

João Fischer Sobrinho (1873-1918)

Henrique Fischer (1874-1939)

José Fischer (1877-?)

Mathias Fischer (1879-?)

Maximiliano Fischer (1881-?)

Com seus filhos e parentes, o casal viveu na região de Limeira, São Paulo. Ali eles também faleceram, Martinho em 1913, aos 63 anos e Maria em 1942, aos 92 anos.

Registro de óbito de Martinho Fischer
Registro de óbito de Martinho Fischer
Registro de Óbito de Maria Dupre
Registro de Óbito de Maria Dupre

Anton Fischer de colono a diretor da fazenda Ibicaba

Anton Fischer, filho de Martin Fischer e Katharina Stumpf, emigrou da Alemanha para o Brasil, com os pais e irmãos, em 1847. Eles teriam sido parte da primeira leva de colonos contratado pela Vergueiro e Cia, no regime de parceria, para trabalharem na fazenda Ibicaba, em Limeira, São Paulo.

Anton, que no Brasil se transformou em Antônio Fischer, nasceu em 27 de abril de 1823, em Flonheim, Alzey-Worms, no estado da Renânia-Palatinado, na Alemanha. Ele foi casado com Elizabeth Barth, no Brasil o nome de sua esposa se tornou Izabel, mas não conseguimos precisar, ainda, se ele se casou no Brasil ou se veio casado da Alemanha. O casal teve comprovadamente 6 filhos, todos no Brasil, são eles:

Martinho Fischer (1850-1913)

Antônio Fischer Filho (1852-1909)

Henrique Fischer Sobrinho (1855-?)

João Fischer (1856-?)

Sebastião Fischer (1859-?)

Bárbara Fischer (1862-?)

Anton Fischer foi diretor da Fazenda Ibicaba. O nome dele é citado em livros que tratam sobre o trabalho dos colonos na fazenda, como o clássico Ibicaba, uma experiência pioneira, de autoria do historiador José Sebastião Witter, que aponta que os diretores de origem alemã Adolph Jonas e Anton Fischer detiveram o poder entre os anos posteriores a 1850 até 1867.

O nome de Anton ou Antônio Fischer também aparece no Livro Mestre da colônia Vergueiro, como assinatura nos documentos de contabilidade dos colonos, como no exemplo abaixo:

Contabilidade do colono Jacob Blumer na fazenda Ibicaba
Relatório de contabilidade do colono Jacob Blumer na fazenda Ibicaba

Alguns registros que abordam o período da revolta dos colonos contam que o diretor da fazenda Ibicaba, de sobrenome Fischer, era uma figura pouco apreciada pelos colonos e motivo de reclamações. Como diz esse trecho do livro Viagem às províncias do Rio de Janeiro e São Paulo, de autoria de J.J. Tschudi (pág. 187): “Um dos piores elementos desta categoria miserável foi, sem dúvida, o diretor da fazenda Vergueiro, um certo Fischer, homem sem cultura nem educação, inominávelmente brutal, que veio a ter que se entender com a polícia e a justiça”.

Outros registros mostram que, após o período na fazenda Ibicaba, Antônio Fischer teria se estabelecido em Piracicaba, São Paulo, onde teria uma marcenaria. Tal empreendimento aparece em citações de obras como Piracicaba no Século XIX e Colonos na Fazenda Ibicaba, empresários em Piracicaba.

Após o período na fazenda Ibicaba e a possível passagem por Piracicaba, Antônio Fischer, possivelmente viúvo (não conseguimos precisar ainda a data da morte de Elizabeth Barth), se mudou para Rio Claro, ali ele morou na Rua Alegre, nº 05, atual Avenida Cinco e passou a trabalhar como negociante. Ele estreitou laços com a comunidade evangélica local, prova disso é que o nome dele consta como padrinho de casamento e de batismo em alguns registros luteranos.

Anton Fischer (administrador de Ibicaba) padrinho de Anton Koch
Anton Fischer (administrador de Ibicaba) padrinho de Anton Koch
Anton Fischer testemunha de casamento de Joahnn Laubenstein e Carolina Grahnert.
Anton Fischer testemunha de casamento de Joahnn Laubenstein e Carolina Grahnert
Anton Fischer padrinho de Anton Escher
Anton Fischer padrinho de Anton Escher

Em 08 de outubro de 1874, em Rio Claro, São Paulo, Anton Fischer, aos 51 anos, se casou, em segunda núpcias, com Paulina Grahnart, nascida em 11 de janeiro de 1846. Ela filha de Karl (Carlos) Grahnart e Margarida Grahnert, imigrantes provenientes da Turíngia, que também foram colonos em Ibicaba e chegaram no Brasil por volta de 1855/56.

Certidão de casamento de Anton e Paulina
Certidão de casamento de Anton e Paulina

Paulina Fischer faleceu pouco tempo depois do casamento, em 15 de novembro de 1875, em Rio Claro, São Paulo, onde foi sepultada no cemitério evangélico. O casal teria morado na Rua da Boa Vista, Nº 05, atual Rua Sete. O casal nao teve filhos.

Assento de óbito de Paulina Fischer, nascida Grahnert
Assento de óbito de Paulina Fischer, nascida Grahnert

O nome de Anton também aparece nos registros de membros/sócios do cemitério evangélico de Rio Claro, em 1879.

Lista de sócios do cemitério evangélico de Rio Claro
Lista de sócios do cemitério evangélico de Rio Claro

Antônio Fischer faleceu em 23 de agosto de 1884, aos 62 anos e foi sepultado no cemitério evangélico em Rio Claro, onde ele teria vivido seus últimos anos de vida. Sua residência teria sido na então Rua Alegre, Nº 5, atual Avenida Cinco.

Assento de óbito de Anton Fischer
Assento de óbito de Anton Fischer

Transcrição: Anton Fischer foi hoje aos 23 de agosto de 1884 – sepultado no Cemitério Evangélico local, natural da Alemanha, com 62 anos de idade.