Martinho Fischer e Maria Dupre, este casal deu origem a uma das linhagens da família Fischer no Brasil.
Filho de Anton Fischer e Elizabeth (Izabel) Barth, Martinho Fischer nasceu em 05 de setembro de 1850, na cidade de Constituição, atual Piracicaba no estado de São Paulo. Na mesma cidade ele foi batizado, na igreja católica, Matriz de Santo Antônio, no dia 05 de outubro de 1850. Foram padrinhos Martin Fischer e Catharina Stumpf, seus avós paternos.
Transcrição: No mesmo dia e igreja batizei e pus os santos olhos no menino Martinho, de idade de um mês, filho de Antonio Fischer e Izabel Barth. Foram padrinhos Martinho Fischer e sua mulher Catharina Fischer.
Por algum motivo que desconhecemos, Martinho Fischer foi rebatizado na mesma igreja Matriz de Piracicaba, 34 anos após seu nascimento. Acreditamos que o novo assento tenha sido necessário para que Martinho pudesse ser padrinho de alguma criança ou de casamento. Naquela época e mesmo hoje, os registros de batismos católicos são obrigatórios para que alguém possa participar de um dos sacramentos da Igreja, como batizar ou ser testemunha de casamento de outra pessoa católica. Então, devido ao mau estado de conservação do primeiro assento de Martinho, ou mesmo por não terem encontrado o registro original, foi necessário refazer o sacramento com a declaração de testemunhas.
Transcrição: Aos dezesseis de outubro de mil oitocentos e oitenta e quatro, nesta Matriz, em virtude de autorização que me foi concedida por sua Excelência Reverendíssima, em minha presença compareceram Martinho Hilsdorf e Valentim Hebling, pessoas legítimas e por mim conhecidas, por eles me foi informado e sob suas consciências com efeito de verdade, que foi batizado nesta matriz, no ano de mil oitocentos e cinquenta, pelo já falecido vigário José Gomes, o então inocente Martinho, filho legítimo de Anton Fischer e Izabel Fischer Barth. Foram padrinho Martinho Fischer e Maria Magdalena Hilsdorf. Nada mais foi perguntado e para constar lavrei este assento com as testemunhas.
Filha caçula do casal Johann Michael Dupre e Katharina Rosar, Maria Dupre nasceu em 16 de fevereiro de 1851, em Muhl, Neuhütten, Trier-Saarburg, Renânia-Palatinado, na Alemanha. Em 03 de junho de 1862, aos 9 anos de idade, ela emigrou para o Brasil com seus pais e irmãos.
A família Dupre foi contratada pela Vergueiro e Cia, como colonos no regime de parceria. Em 26 de julho de I862 desembarcaram em Santos, São Paulo e de lá foram encaminhados para a Colônia Vergueiro, na Fazenda Ibicaba, em Limeira, São Paulo.
Transcrição: Relação dos Colonos vindos de Anvers (Antuérpia) no Patacho Dinamarquês Challenger – Capitão W. Lubbe, entrados neste Porto (Santos), em 26 de julho de 1862, contratados pela Vergueiro e Cia para a Colonia Ibicaba.
Johann Dupre, 50 anos, casado, natural de Muhl, na Prussia, lavrador
Catharina, 50 anos, esposa
Peter, filho, 27 anos, solteiro
Johann, filho, 24 anos, solteiro
Catharina, filha, 20 anos, solteira
Max, filho, 16 anos, solteiro
Johann Georg, 12 anos, solteiro
Maria, 09 anos, solteira
A família Dupre era originária de Muhl, Neuhütten, uma pequena aldeia que tem sua data de criação por volta de 1725/30. Não há clareza total sobre a origem e interpretação do nome do lugar. Localizada numa região de florestas, os moradores viviam principalmente cortando lenha e queimando carvão. Provavelmente, a primeira família residente no local foi a de Dominik Dupre, o ancestral de todos na área com sobrenome Dupre. Como o sobrenome leva a crer, Dupre tem origem na língua francesa e os ancestrais da família de Maria eram originários da Bélgica, Holanda e Luxemburgo, que posteriormente se espalharam pela região da Renânia, que foi ocupada pela França, antes de voltar ao domínio da Alemanha.
Não conseguimos precisar se Martinho e Maria se conheceram na fazenda Ibicaba ou posteriormente, quando as famílias de ambos já haviam deixado a colônia e se estabelecidos em cidades da região como Limeira, Rio Claro e Piracicaba.
Há indícios de que Maria era católica e Martinho protestante, mas a religião diferente não impediu o casamento. O enlace deste casal selou a união da família Fischer com a família Dupre e deu origem a uma das linhagens de Fischer no interior de São Paulo.
Seis anos mais tarde, em 27 de outubro de 1868, na igreja católica, Matriz de Nossa Senhora das Dores, em Limeira, São Paulo, Martinho Fischer e Maria Dupre se casaram, ele com 18 anos e ela com 17 anos.
Transcrição: Aos vinte e sete dias de outubro de mil oitocentos e sessenta de oito, nesta matriz, na cidade de Limeira, pelas nove horas da manhã, com provisão do vigário e alvará do juiz municipal, ambos datados de vinte e seis de outubro, perante mim, receberam em matrimônio, por marido e mulher, na minha presença e das testemunhas abaixo assinadas, Martinho, filho de Antonio Fischer e Isabel Fischer, natural e batizado na cidade de Constituição e Maria, fila de João Dupre e de Catharina Dupre, natural e batizada na Alemanha, ambos fregueses desta cidade de Limeira, logo lhes dei as bençãos nupciais… e faço este assento.
O casal teve 7 filhos, são eles:
Izabel Fischer (1869-?)
Catharina Fischer (1870-?)
João Fischer Sobrinho (1873-1918)
Henrique Fischer (1874-1939)
José Fischer (1877-?)
Mathias Fischer (1879-?)
Maximiliano Fischer (1881-?)
Com seus filhos e parentes, o casal viveu na região de Limeira, São Paulo. Na mesma cidade eles também faleceram. Martinho Fischer morreu aos 63 anos, em 05 de agosto de 1913, vítima de hemorragia cerebral. Maria Dupre faleceu aos 92 anos, em 01 de setembro de 1942, em sua residência, na rua Doutor Trajano, nº 445, vítima de artérioesclerose cárdio renal. Ambos foram sepultados no cemitério municipal de Limeira.
Dia bom.
Meu ancestral Bernard Heving, de Metelen, na Prússia, pegou o navio “Challenger” de Antuérpia para Santos. A data era 26/07/1862. Estou procurando a varredura original da lista de passageiros ou da lista de colonos em Ibicaba.
Obrigado, Dieter
Oi Dieter, enviei por e-mail a lista dos imigrantes que vieram para Ibicaba em 1862. Seu antepassado Bernard Heving está entre eles. Boa sorte!