Em 03 de junho de 1862 a família Dupre, oriunda de Muhl, Neuhütten, distrito de Trier-Saarburg, na Renânia-Palatinado, na Alemanha, embarcou no porto da Antuérpia, Bélgica, rumo ao Brasil. A bordo do navio patacho dinamarquês Challenger, dirigido pelo capitão Lubbe, Johann Michael Dupre, sua esposa Katharina Rosar e seus 6 filhos viajaram pelo Oceano Atlântico, juntos com outros imigrantes contratados pela Vergueiro e Cia.
Após 53 dias de viagem, eles desembarcaram no Porto de Santos, em 26 de julho de 1862 e, de lá, seguiram rumo a fazenda Ibicaba em Limeira, São Paulo, onde se estabeleceram como colonos e trabalharam no regime de parceria.
Johann e Katharina tinham 50 anos de idade cada um e seus filhos, alguns já eram adultos, outros adolescentes e crianças. Peter Dupre, 27 anos; Johann Dupre, 24 anos; Catharina Dupre, 20 anos; Max Dupre, 16 anos; Georg Dupre, 12 anos e Maria Dupre, 9 anos. Alguns estudos apontam que Peter não era filho legítimo, mas por ter migrado junto com a família, foi considerado como filho.
Uma outra filha do casal não emigrou com os pais, Helene Dupre ficou na Alemanha. Com 22 anos na época, ela possivelmente já era noiva de Johann Peter Rosar, com quem se casou em 1863.
Filha caçula de Johann e Katharina, Maria Dupre nasceu em 16 de fevereiro de 1851, em Muhl, na Alemanha e se casou em 1868, em Limeira, São Paulo, com Martinho Fischer. Ele filho de Anton Fischer e Elizabeth (Izabel) Barth e neto de Martin Fischer e Catharina Stumpf, também colonos de Ibicaba. Martinho nasceu em 5 de setembro de 1850, em Piracicaba, São Paulo.
Transcrição: No mesmo dia e igreja batizei e pus os santos olhos no menino Martinho, de idade de um mês, filho de Antonio Fischer e Izabel Barth. Foram padrinhos Martinho Fischer e sua mulher Catharina Fischer.
Não conseguimos precisar se Martinho e Maria se conheceram na fazenda Ibicaba ou posteriormente, quando as famílias de ambos já haviam deixado a colônia e se estabelecidos em cidades da região como Limeira, Rio Claro e Piracicaba.
Há indícios de que Maria era católica e Martinho protestante, mas a religião diferente não impediu o casamento. O enlace deste casal selou a união da família Fischer com a família Dupre e deu origem a uma das linhagens de Fischer no interior de São Paulo.
Transcrição: Aos vinte e sete dias de outubro de mil oitocentos e sessenta de oito, nesta matriz, na cidade de Limeira, pelas nove horas da manhã, com provisão do vigário e alvará do juiz municipal, ambos datados de vinte e seis de outubro, perante mim, receberam em matrimônio, por marido e mulher, na minha presença e das testemunhas abaixo assinadas, Martinho, filho de Antonio Fischer e Isabel Fischer, natural e batizado na cidade de Constituição e Maria, fila de João Dupre e de Catharina Dupre, natural e batizada na Alemanha, ambos fregueses desta cidade de Limeira, logo lhes dei as bençãos nupciais… e faço este assento.
Martinho Fischer e Maria Dupre tiveram 7 filhos, são eles:
Izabel Fischer (1869-?)
Catharina Fischer (1870-?)
João Fischer Sobrinho (1873-1918)
Henrique Fischer (1874-1939)
José Fischer (1877-?)
Mathias Fischer (1879-?)
Maximiliano Fischer (1881-?)
Com seus filhos e parentes, o casal viveu na região de Limeira, São Paulo. Ali eles também faleceram, Martinho em 1913, aos 63 anos e Maria em 1942, aos 92 anos.