Henrique Fischer, quarto filho do casal Martinho Fischer e Maria Dupre, nasceu em Constituição, atual Piracicaba, São Paulo, em 12 de maio de 1874. Ele foi batizado na igreja católica, na Matriz de Santo Antônio, em Piracicaba, no dia 23 de maio de 1874. Foram padrinhos seus tios Henrique Fischer e Bárbara Fischer.
Transcrição: Aos vinte e três de maio de mil oitocentos de setenta e quatro, nesta matriz, batizei e pus os santos olhos em Henrique, nascido no dia dose do corrente mês, filho de Martinho Fischer e Maria Dupre. Foram padrinhos Henrique Fischer e Barbara Fischer.
Aos 22 anos, em 24 de dezembro de 1896, Henrique casou-se com sua primeira esposa, Zulmira Evangelista, ela com 15 anos, na igreja católica, Matriz de Nossa Senhora das Dores, em Limeira, São Paulo. Foram testemunhas Zeferino Guimarães e Martinho Fischer.
Transcrição: Aos vinte e quatro de dezembro de 1896, na Matriz de Limeira, perante mim e das testemunhas abaixo mencionadas, depois de proclamados, receberam-se em santo matrimônio, Henrique Fischer e Zulmira Evangelista, ele em idade de vinte e dois anos, natural de Piracicaba, filho legítimo de Martinho Fischer e Maria Dupre; e ela em idade de quinze anos, filha legítima de João Evangelista, falecido, e de Maria Rosa Evangelista, natural de Limeira. Foram testemunhas Zeferina Guimarães e Martinho Fischer.
Filha de João Evangelista e Maria Rosa Evangelista, Zulmira nasceu em Limeira, São Paulo, em 20 de outubro de 1881. Ela faleceu jovem, vítima da tuberculose, em 14 de setembro de 1906, aos 24 anos, em Limeira, São Paulo, onde foi sepultada no cemitério municipal.
Henrique e Zulmira tiveram 4 filhos, são eles:
Dorvalina Fischer (1898-1932)
Cyra Fischer (1901-1942)
Armando Fischer (1903-1951)
Augusto Aparecido Fischer (1906-1935)
Os filhos de Henrique e Zulmira lhes deram 10 netos e dezenas de bisnetos, trinetos, tetranetos e pentanetos que povoaram a região de Lindóia, São Paulo e se espalharam pelo Brasil.
Seis anos após a morte da primeira esposa, o viúvo Henrique Fischer, agora com 37 anos, casou-se novamente, em 30 de novembro de 1912. Desta vez com Odila Evangelista, de 21 anos, curiosamente sobrinha de Zulmira Evangelista, a primeira esposa falecida. Foram testemunhas Antonio Oliveira e José Piessotti.
Transcrição: Aos trinta de novembro de 1912, nesta matriz de Limeira, depois de proclamados e não havendo impedimento algum, na minha presença e das testemunhas abaixo assinadas, receberam-se em matrimônio, Henrique Fischer e Odila Evangelista. Ele viúvo de Zulmira Evangelista, com 37 anos, natural de Piracicaba; ela solteira, natural de Limeira, com 21 anos de idade, filha legítima de João Evangelista Filho e de Albertina Evangelista, todos fregueses desta paróquia. Nada mais consta, faço o presente assento.
Filha de João Evangelista Filho e Albertina Evangelista, Odila nasceu em 1891, em Limeira, São Paulo. Cerca de um ano após o matrimônio, em 1913, Henrique e Odila mudaram-se de Limeira com os filhos de Henrique e Zulmira. O casal e as crianças teriam passado brevemente por Itapira e depois se fixaram em Lindóia, São Paulo. Segundo histórias contadas por familiares, a mudança de cidade teria sido motivada por questões de herança e desentendimento entre os herdeiros de Martinho Fischer, pai de Henrique, que faleceu em agosto de 1913.
Na nova cidade, o casal teve 2 filhos, são eles:
Mário Aparecido Fischer (1913-1959)
Martino Fischer (1917-?)
Os filhos de Henrique e Odila lhes deram uma única neta, alguns bisnetos e trinetos, descendentes de Mário Fischer.
Sobre Martino Fischer não foi encontrado registro de óbito, casamento ou nascimento de filhos, o que leva a crer que ele possa ter falecido ainda criança e não deixou descendentes.
Não encontramos ainda o registro de óbito de Odila, mas tudo leva a crer que ela faleceu após o nascimento do segundo filho, Martino, em Lindóia, São Paulo.
Com a morte de Odila, Henrique, aos 50 anos, casou-se pela terceira vez, por volta de 1924, em Lindóia, São Paulo. A nova esposa, Faustina Maria de Jesus, tinha 20 anos.
Faustina era natural de Campo Místico, atual Bueno Brandão, Minas Gerais. Filha de Joaquim Francisco de Figueiredo e Francisca Maria de Jesus, ela nasceu em 28 de setembro de 1904.
O casal teve 4 filhos, ainda vivos em 2020, são eles:
Maria Fischer (1927)
Aparecido Fischer (1931)
Antonia Fischer (1933)
José do Carmos Fischer (1936)
Uma curiosidade sobre Henrique Fischer é que, por ele ter se casado três vezes em um intervalo de quase 40 anos, os filhos de Henrique Fischer, frutos do último relacionamento, com Faustina, tinham a mesma idade ou eram até mais jovens que alguns de seus primeiros netos.
Em Lindóia, São Paulo, Henrique Fischer morava com sua família no Largo da Matriz, nº 05. Ele era uma figura conhecida dos moradores da pequena cidade do interior paulista. Eletricista, ele trabalhava em uma usina hidrelétrica, chamada Usina das Cotas, que gerava energia para o município.
Apesar de não ser natural da Alemanha, mas ser descendente, ele era conhecido como Alemão pelos moradores. No fim da vida, talvez já sofrendo de alguma demência, ele era frequentemente visto andando pelas ruas da cidade e falando sozinho.
Henrique Fischer faleceu em 18 de março de 1939, aos 64 anos, vítima de hemorragia cerebral, em Lindóia, São Paulo, onde foi sepultado no cemitério municipal da cidade. Sem posses, ele não deixou herança, apenas lembranças e uma grande família.
Após a morte de Henrique, Faustina de Jesus mudou-se para a cidade de Serra Negra, São Paulo. Ela contava que havia colocado os filhos dentro de jacás, presos no lombo de um burro, e pegaram estrada. Em Serra Negra ela se casou novamente, em 21 de junho de 1947, com o viúvo José Franco de Godoi, ele também já tinha filhos de outro relacionamento. Deste casamento entre Faustina e José não houve filhos.
Os filhos de Faustina e Henrique cresceram e estudaram. Maria e Aparecido casaram-se em Serra Negra e mais tarde se transferiram com a mãe para Campinas; José, solteiro, seguiu com eles para Campinas. Antônia foi para São Paulo, trabalhar como doméstica. Naquela cidade acabou se casando com Vicente Villano, um filho de seu empregador.
Em Campinas a “noninha”, como Faustina era carinhosamente chamada, morava com sua filha Maria. Ao falecer, em 15 de agosto de 1999, aos 95 anos, Faustina deixou os quatro filhos, 12 netos e pelo menos 19 bisnetos.
*Colaborou com informações sobre Faustina seus netos Henrique Fischer e Heitor Fischer